Quem cassou Massouh?                                       




"O deputado Raad Massouh (PPL) foi cassado nesta quarta-feira (30/10) por 18 votos favoráveis. Massouh é acusado de desviar recursos públicos de uma emenda liberada por ele em 2010. O resultado da votação de 23 deputados na Câmara Legislativa saiu por volta de 19h30. Na votação, 18 deputados foram favoráveis a cassação de Raad, três votaram pela não cassação e outros dois se abstiveram".  




A notícia surpreende por uma razão muito simples. O voto foi secreto.
Quando muitos de nós pensávamos que a pizza estava no forno (fizemos até um bolão de mentirinha no trabalho) o resultado foi de queimar a língua. Mas, como na política vale o ditado popular (culpa deles) de que quando a esmola é grande o cego desconfia, a pergunta que não quer calar, embora seja feita de forma velada é: quem cassou o Massouh?Todo mundo sabe que os autores da façanha foram os deputados distritais. Maaaas... A gente tem motivos para crer que diante da urna os parlamentares não estavam sós.
Pra começo de conversa a mídia estava lá. Alguém contou 63 jornalistas, incluindo a chamada grande mídia, cobrindo o evento. Será que a presença dos jornalistas influenciou? A julgar pela recente absolvição (diante das lentes da grande mídia) do Donadon, acredito que os nobres pares do Raad não mudariam de opinião só por causa da mídia.
A amizade também estava lá. Ninguém vai à urna “detonar” um colega sem pesar a amizade e vale lembrar que os cassadores eram colegas do cassado. O Massouh não tinha amigos na casa? A gente tá careca de saber que um político rompe alianças, mas não rompe amizades. Basta ler os acontecimentos da política ou dar uma volta nos corredores do Congresso, para ver que os ex parlamentares, cassados ou não, mantém suas amizades no meio. Acho que não foi falta de amigos. Pode ficar tranquilo que, passado o vendaval, o Raad vai ficar bem.
Outro fator presente na urna que recebeu os votos contra Massouh é a opinião pública. Um político inteligente leva a sério a opinião pública, mas acho que a “vontade de trair” propiciada pelo voto secreto seria maior que a opinião pública porque quem está escudado pelo voto secreto não precisa se preocupar (muito) com ela.
Por fim só restou no meu pobre argumento uma companheira de boca de urna. A conveniência. Por mais pejorativo que isso possa parecer devo dizer que não estou emitindo juízo de valor aqui. Conveniência é interesse e, como em tudo na vida, ela tem seu lado bom. Existem maus e bons interesses. Quem sabe os deputados que cassaram o Massouh estão interessados em “limpar” a Câmara Legislativa! Bom demais pra ser verdade? Também acho.
Posso cair na vala comum e dizer que o julgamento foi político, mas isso não explica muita coisa. Posso cair na vala do estereótipo e dizer que políticos são assim mesmo, mas seria um tiro no pé, ao ofender não só aos políticos, mas também aos eleitores entre os quais me incluo.
Quem cassou Massouh?
Isso já está virando um clichê nos meus textos, mas não encontro outra saída a não ser esperar pelo tempo. O tempo dirá quem, de fato, tirou o Massouh da Câmara Legislativa de Brasília.

Agora é bola pra frente. Sai o Raad e entra (...)





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