Cadê o Parlamento?                                                                                                                        

Queria me calar, mas não posso. Queria falar, mas me falta voz. Por isso, farei desse blog minha voz na esperança de que alguém ouça esse brasileiro, que pode não saber se expressar, mas tem sentimento patriótico como todos os bons brasileiros.



O STF – Supremo Tribunal Federal decidiu, acertadamente para alguns e arbitrariamente para outros, acerca da união estável entre pessoas do mesmo sexo. O assunto polêmico ganhou mais polêmica ainda com a decisão da Suprema Corte, porque parece fazer emergir o Iceberg no mar da política brasileira, até então encoberto pelas águas calmas de uma suposta estabilidade econômica.

Política se faz com alianças, que consomem longas horas de conversas, que suscitam perguntas que exigem respostas. O que é feito do parlamento brasileiro? Dizem que o mensalão não existiu, que os sanguessugas foram inventados pela mídia para desmoralizar o Congresso e que a ficha limpa tinha mesmo que ficar pra depois por causa da constitucionalidade. Assim, não existem fichas sujas (pelo menos do ponto de vista legal) e todos os parlamentares são dignos de legislar e emitir juízo de valores sem serem questionados. Parece (eu disse parece) que o toma lá dá cá fala mais alto lá pras bandas do planalto.

Cadê o parlamento? Dizem que quando o Serra disse que o Brasil poderia pagar um salário mínimo de R$ 600,00 ele só estava infernizando o governo porque sabia que isso não era viável. Mas a idéia quase pegou! Só não pegou porque o Governo Federal ameaçou não ser generoso na distribuição dos cargos do segundo escalão. Daí o Ministro recuou, as vozes contrárias se calaram, a oposição se enfraqueceu e o trabalhador brasileiro ficou com a pior parte. O Governo decretou e o Congresso aceitou não falar mais nisso. ___ Deixa o Governo dedir o valor do salário do povo por decreto! Afinal, pra que tanto desgaste?

Cadê o Parlamento? Dizem que o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros) pressionou e o Congresso discutiu, mas antes de decidir, foi atropelado pelo STF – Supremo Tribunal Federal, que decidiu a favor da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Sem discutir o mérito da questão, embora eu não concorde com a união estável entre pessoas do mesmo sexo, a pergunta que as famílias brasileiras fazem é: Onde está o Congresso? Se a moda pega o parlamento vai existir só no papel porque tudo o que o governo quiser decidir fará via Supremo.

É senhores! O Congresso vai mal. Desmoralizado perante a opinião pública, atropelado pelo Supremo e cooptado pelo Governo Federal, que mais lhe resta? Vou dizer o que lhe resta. Restam ainda os homens e mulheres de bem que lá estão, resta ainda o povo brasileiro que os elegeu, resta ainda a Constituição Brasileira que lhe garante o poder de legislar pela Nação.

Finalmente, devo dizer que, se pudesse, conclamaria às senhoras e aos senhores dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) a que olhem para o povo que tem fome, sede e frio enquanto assistem, do sofá da sala ou das calçadas frias, os calorosos debates nos quais sobram palavras e faltam atitudes.
O Brasil é rico, seu povo é forte e sua fé admirável. Nem preciso dizer que o sobrenome desse povo é esperança. Mas devo dizer que, olhando de cá, vejo um povo com semblante cansado e olhos marejados esperando que seus representantes, eleitos pelo voto popular, selecionados através de concursos públicos ou indicados pelos eleitos, os representem com a dignidade e a força que lhe é peculiar, porque só assim, teremos o Brasil sonhamos.

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